Nós já falamos sobre o insuflador de CO₂ e como ele pode ser o equipamento mais negligenciado, mesmo sendo o mais crítico em termos de segurança do paciente.
Agora, que tal entendermos sobre embaçamento da imagem durante a videocirurgia e as formas de evitá-lo?
Acessório de Aquecimento
Após instalar o insuflador de CO₂ em uma prateleira alta, acima da mesa cirúrgica, seguir a orientação do manual de que o filtro hidrofóbico deve ser de uso único e procurar adequar a tecnologia para cada procedimento, considere o acessório de aquecimento como um amigo para compor seu set cirúrgico.
Primeiro precisamos entender que, para o CO₂ chegar ao estado líquido dentro do cilindro, foi preciso o uso de muita energia para comprimi-lo. Quando ele sai do cilindro, precisa dessa mesma quantidade de energia para se expandir e voltar ao estado gasoso. De onde você acha que ele tira energia?
Do calor das peças e de tudo o que estiver a sua volta. Por isso, quando há pequenos vazamentos entre o cilindro e a mangueira, o CO₂ resfria tudo ao seu redor, até congelar. Ou seja, o CO₂ é um ladrão de calor! Ele chega gelado à entrada do trocater. A ótica de aço inoxidável, resfriada pelo ar-condicionado da sala, entra na cavidade fria e fica face a face com os órgãos quentes e úmidos a 36° do paciente.
O que acontece? Agora a lente do endoscópio condensa e a imagem embaça. Se nada for feito, toda cirurgia vai embaçar e, até que o pneumoperitônio equilibre sua temperatura e estabilize a imagem, temos uma grande complexidade e haja ótica para limpar a lente. É possível aquecer a ótica com soro estéril quente, mas o ideal é água destilada aquecida porque o soro contém sódio (sal), que oxida o metal. Há quem use uma compressa para esfregar a haste metálica da ótica até aquecer por fricção e a mangueira de silicone também pode servir por conta da troca de calor com o ambiente.
Porém, o mais sensato é utilizar os acessórios externos de aquecimento de CO₂ dos próprios fabricantes dos insufladores. São mangueiras de aquecimento dotadas de circuitos inteligentes que controlam eletronicamente a temperatura de resistências elétricas dentro da mangueira de silicone, que levam CO₂ até o paciente. O objetivo é que o CO₂ chegue em torno de 37°C automaticamente na cavidade abdominal, independente do fluxo de CO₂.
Dúvidas? Entre em contato conosco via chat ou em nosso formulário de contato e saiba mais sobre videocirurgia.